Em Js 1, as tribos se preparam para cruzar o Jordão e entrar em Canaã. Josué, o substituto de Moisés, recebe instruções divinas para ser “firme e corajoso” e não se desviar da Lei “nem para a direita nem para a esquerda” (Js 1,7), condição para a posse da terra.
Antes que as tribos cruzassem o Jordão, Josué envia dois espiões a Jericó, a fim de reunir informações que facilitassem uma invasão bem sucedida. O texto de Js 2 narra que os espiões se hospedaram na casa de uma prostituta de nome Raab (Js2,1). A partir daí, Raab passa a ser personagem principal, e não mais os espiões.
A história de Raab é notável. Por ser estrangeira e prostituta, é presumivelmente uma “armadilha” em potencial para os espiões israelitas, pois poderia seduzi-los para adorarem outros deuses (Js 23, 12-13) ou desistirem de combater os cananeus. No entanto, é Raab quem se bandeia para o lado dos hebreus, confessando a fé no Deus de Israel e agindo em nome dessa fé.
E quando os espiões foram descobertos o rei enviou homens para capturá-los, mas para proteger os espiões Raab atua com fidelidade:
- disse que não sabia que eles eram filhos de Israel;
- disse que já tinham ido embora;
- disse que não sabia onde poderiam ser encontrados;
- induziu os guardas do rei a pensar que, se os perseguissem rapidamente, os capturariam com facilidade.
Então, os guardas foram procurar os espiões ao longo da estrada que levava às travessias rasas do rio Jordão. E assim que aqueles homens saíram, o portão de Jericó foi fechado. Raab se destaca por seu caráter, sua coragem, fé e fidelidade e mais tarde se dirá que Deus enxertou Raab na comunidade da Aliança por causa de sua fé, semelhante à de Abraão. (Gn 15,6)
Raab era uma mulher cananeia pertencente a um povo inimigo e estranho às alianças e às promessas divinas. Era uma mulher vulnerável e sem direitos, no entanto, por meio de sua bravura de fé e fidelidade, o povo de Deus teve sua vitória. Após a conquista de Jericó pelos israelitas, Raab teria se tornado piedosa e até teria se casado com Josué.
Raab impactou também o cristianismo nascente. Em Tg 2,25, é elogiada como alguém que foi justificada por sua fé operante.
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