Atos de voluntariado que se transformam em gestos de solidariedade: Fazer o bem, faz bem

Atitudes de solidariedade alimentam o afeto e renovam as esperanças de um novo amanhã.

Em meio a tantas dificuldades e problemas, parece não haver uma porta de esperança.
O silêncio e o vazio da solidão em alguns momentos, chega a ser assustador e muitas vezes parece que serão intermináveis. Mas acredite, essa sensação vai passar.

Olhar para o outro com ternura, com empatia. Bater na porta do vizinho para saber se está precisando de alguma coisa, doar o seu tempo para uma conversa, para uma leitura ou para ajudar em alguma atividade. Pedir para a sua família e amigos colaborarem com donativos ou alimentos para doar a quem estiver precisando.Pensar no outro. Fazer pelo outro.

São gestos de solidariedade que acontecem, pois existem pessoas que disponibilizam seu tempo para se voluntariar. Esses são conhecidos como voluntários. E o mais importante: voluntários de coração.

Para Michelle Oliveira, assistente de pastoral do CIC-BH-Rede Filhas de Jesus/Belo Horizonte, “ser voluntária é uma forma de expressar a nossa solidariedade e abnegação atuando onde há necessidade e de forma organizada e desinteressada.” Michelle explica que muitas vezes associamos o trabalho voluntário a pessoas que deixam sua casa e família para ajudar pessoas desconhecidas. O que muitas pessoas não percebem, é que podem estar sendo voluntárias até mesmo dentro de casa.

Já para Eliziana Figueiredo, orientadora educacional do SJO-Rede Filhas de Jesus/Belo Horizonte, atuar no voluntariado “é a solidariedade em ação. Pode-se dizer que o voluntariado é uma grande força, que positivamente transforma a vida das pessoas, gerando bem estar social.”

Michelle Oliveira tem experiência com voluntariado desde os 16 anos. Iniciou através do incentivo do grupo de jovens e da Pastoral da Juventude de sua paróquia. Fazia visitas a hospitais e asilos com interações de teatro e dança. Atualmente, atua no CICBH-Rede Filhas de Jesus/Belo Horizonte, juntamente com a Joérica de Oliveira, agente pastoral, com o Grupo de Voluntariado Jovem. O grupo é formado por estudantes do Ensino Fundamental anos finais e do Ensino Médio que, com o acompanhamento da pastoral, realizam ações voluntárias em diversas instituições.

Eliziana Figueiredo, também tem uma experiência muito bonita como voluntária. Desde que se formou em psicologia, há seis anos, decidiu exercer trabalhos voluntários. Iniciou com atendimentos psicológicos gratuitos em uma ONG e há três anos faz parte de um dos maiores movimentos do voluntariado em Minas Gerais, que é o Tio Flávio Cultural. Esse movimento tem mais de mil voluntários e dezenas de projetos com diversas frentes de ação em Instituições de Longa Permanência, presídios, hospitais, abrigos, dentre outros. Nesse movimento ela faz parte do Projeto Acolher, juntamente com outras pessoas. E é a gestora das ações voluntárias em dois abrigos em BH, um para crianças e outro para adolescentes.

Definições que se complementam. Pessoas com histórias, famílias, profissões e vivências no voluntariado distintas, mas com algo em comum: o amor e a bondade em servir. Pessoas que conseguem ter a generosidade de enxergar para além da indiferença e propõem a olhar o que realmente importa: a humanidade.

O que é Solidariedade?

Enxergar o essencial, em tempos tão corridos e conturbados torna-se um grande desafio. Proporcionar um sinal de esperança pode ser um alento para muitas pessoas. Quando se fala em solidariedade, ouvimos muito sobre esperança, cuidado, sensibilidade.

Ao ser perguntada o que é solidariedade, a assistente de pastoral Michelle Oliveira destaca que “é o desejo de ajudar aqueles que mais precisam de forma livre e desinteressada. Sentimento que perpassa pela nossa sensibilidade de ver o próximo, sua realidade e suas dores, e vai além, nos mobilizando a buscar ações concretas. Não é apenas a doação de algo material, mas muitas vezes sofrer com quem sofre, estar junto, acolher a pessoa e suas fragilidades.”

E Eliziana Figueiredo complementa “penso que a solidariedade tem por princípios a cooperação mútua e a empatia, na medida em que o ser que a pratica se percebe capaz de gerar bem estar, felicidade e qualidade de vida para si mesmo e também para os outros, modificando ou atenuando as realidades menos favorecidas.”

Chegamos à conclusão que todo o vocabulário não seria suficiente para expressar tamanho gesto, afinal são sentimentos que vêm do coração e são difíceis de se explicar, de mensurar. Solidariedade apenas se sente.

Gestos de Solidariedade

Quando falamos em solidariedade, lembramos com muita carinho de Santa Cândida Maria de Jesus, a fundadora do Congregação das Filhas de Jesus. Desde muito nova, se sentia tocada a ajudar com o pouco que tinha em favor dos mais necessitados. E aos poucos, foi sendo instrumento para servir aos mais necessitados.

Quando Santa Cândida, diante do altar do Rosarillo em Valladolid na Espanha, viu claramente o que Deus queria dela: “Fundar uma Congregação com o nome de Filhas de Jesus dedicada à salvação de almas, por meio da educação cristã e instrução de crianças e jovens”, teve a certeza da importância de realizar um trabalho com um olhar especial aos mais necessitados: “Tratar a todos com igual afeto, sem preferências, a não ser por aqueles que forem mais necessitados.”

Desde então, a Congregação tem tido uma trajetória de muito profissionalismo e dedicação na formação de crianças, jovens e adultos para a formação de um mundo mais justo e solidário por meio da formação humana e cristã.

Santa Cândida desejava e acreditava que poderia levar seu serviço educativo a muitas pessoas necessitadas em muitas partes do mundo, pois como dizia: “O mundo é pequeno para meus desejos.” Seu desejo foi concretizado. Hoje a Congregação está presente em mais de 17 países.

No Brasil são 8 unidades educativas, sendo 5 escolas e 3 obras sociais, além da presença das Filhas de Jesus em comunidades de vulnerabilidade.

São gestos de solidariedade como do IEIC-RedeFilhas de Jesus/Mogi Mirim que renovam a esperança de um amanhã com mais otimismo e generosidade. “Expresso Solidário”, essa foi a ação que a assistência social e o grupo de voluntários do colégio e pastoral mobilizaram as famílias do colégio em prol do Projeto Maguila. O Projeto Maguila é uma ONG (Organização Não Governamental) que atende famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, com foco em crianças e adolescentes.

As famílias se uniram na corrente do bem e doaram produtos de limpeza e higiene. Com as doações arrecadadas, foram montados mais de 100 kits, que auxiliaram cerca de 50 famílias atendidas pelo projeto para a prevenção ao Covid-19.

Arrecadação de produtos de limpeza e de higiene – IEIC/Mogi Mirim

O IECJ-Rede Filhas de Jesus/Bragança Paulista também realizou uma Live da Festa Junina Solidária, ressignificando a época mais colorida e animada do ano em ações que realmente importam. O IECJ mobilizou diversos parceiros que fazem parte do grupo Business for Friends e famílias do colégio com o objetivo de arrecadar doações em prol do Grupo Vidas (Voluntárias Integradas e Dedicadas à Ação Solidária). O evento foi um grande sucesso.

Live da Festa Junina Solidária – IECJ/Bragança Paulista

Como ser mais solidário?

Essa é uma pergunta difícil de responder e o nosso objetivo não é respondê-la, mas de mostrar como pequenas ações, podem fazer uma enorme diferença na vida de outras pessoas. Os atos de voluntariado que se expressam em gestos de solidariedade nascem de dentro para fora e é o início de uma longa trajetória para se conectar com o outro. Eliziana Figueiredo, deu algumas dicas para quem tem o desejo de iniciar o trabalho voluntário.

  • É preciso primeiramente sentir qual a situação desfavorecida, qual a causa social, qual a problemática no meio em que você vive te inquieta existencialmente e te mobiliza a querer realizar algo a favor da mudança positiva daquela situação.
  • Voluntariado exige um compromisso mínimo, organização, periodicidade na doação de seu tempo, serviço, talento ou recurso financeiro, então avalie se nesse momento de sua vida cabe esse compromisso em sua vida.
  • Para sentir-se mais seguro e ter algum direcionamento, procure algum grupo que já realiza ações voluntárias na área em que você gostaria de participar voluntariamente.
  • Por maiores dificuldades e dores que você perceba no contexto em que você escolheu voluntariar, não demonstre pena ou subjugue a potencialidade das pessoas. Demonstre respeito, compaixão e empatia, essas são cruciais para que se acolha e aprenda as experiências do outro.

Ela finaliza “voluntariado se torna um hábito, quando esse gesto faz sentido para sua vida, quando você sente mesmo que com pequenas atitudes você pode promover alguma mudança benéfica na vida das pessoas.”

A esperança de que tanto falamos quando o assunto é solidariedade, está na coragem de se (re)encontrar e se (re)conectar com o outro. De abrir os olhos para o que realmente importa e despertar para a ação. Mas isso só é possível quando se tem afeto, quando os corações estão unidos mesmo sem se conhecerem, mesmo sem se encontrarem.

Já parou para pensar que o seu ato de solidariedade pode ser um (re)começo na vida de alguém?! Não economize no carinho, não economize na generosidade. É o momento de (re)novar as esperanças e (re)começar a priorizar o essencial.

Por Simone Rezende

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