21 de abril – Dia de Tiradentes

De militar, minerador, dentista a herói da nação. Conheça um pouco mais sobre a história e trajetória de Joaquim da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes.

12 de novembro de 1746, data em que nascia Joaquim da Silva Xavier, na fazenda do Pombal, atual cidade de Ritápolis, em Minas Gerais.

Aos 15 anos de idade, se tornou órfão de pai e mãe. Desde então, seu tio ficou com sua tutela e como era dentista, lhe ensinou algumas coisas da profissão. Por isso, ganhou o apelido de “Tiradentes.” Joaquim também atuou como minerador, mas foi como alferes da cavalaria imperial, que ganhou destaque e estabilidade em seu posto de trabalho.

Tiradentes não era um intelectual nato, mas tinha convicção de seus interesses políticos.
Aos poucos seus pensamentos e ideias foram sofrendo divergências com os interesses de outros habitantes de Vila Rica, que tinham como foco a atividade mineradora no Brasil naquela época.

O processo que motivou a Inconfidência Mineira: a derrama

De acordo com historiadores, Tiradentes se uniu a intelectuais e poetas como Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga para tirar o poder do Visconde de Barbacena, na época Governador da Capitania de Minas Gerais nomeado pela Coroa Portuguesa.

Tudo isso se deu pela insatisfação das cobranças excessivas dos impostos estabelecidos pela Coroa Portuguesa sobre os colonos. Visconde de Barbacena, ficou conhecido como o responsável por estabelecer uma cobrança obrigatória sobre o ouro extraído em Minas Gerais. Esse processo ficou conhecido como “derrama”.

Esses impostos foram definidos pela Coroa Portuguesa com o objetivo de sanar as dívidas de títulos acumulados que não estavam sendo pagos. Como se não bastassem as cobranças altas, a extração do ouro sofreu uma queda, mas mesmo assim os impostos foram mantidos com imposições excessivas e até mesmo autoritárias.

Com a falta de recursos para pagar os impostos, os colonos eram obrigados a contribuírem com o que tinham para oferecer seja objetos de valor, cobranças de pedágios nas estradas e até mesmo o trabalho compulsório.

A partir disso, as insatisfações com essa situação inquietaram Tiradentes e seus companheiros, o que mais tarde acabou resultando na Inconfidência Mineira.

A Inconfidência Mineira

Com a insatisfação instalada entre os inconfidentes, iniciaram uma conspiração para assassinar o Visconde de Barbacena. Segundo o historiador Lucas Figueiredo,que relata em seu livro Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil, Tiradentes era considerado com um dos mais radicais inconfidentes durante essa movimentação.

Mas esse plano não chegou a ser concretizado. Com dívidas pessoais altas com a Coroa Portuguesa, Joaquim Silvério do Reis, preferiu denunciar a movimentação de todos os envolvidos para se ver livre de suas dívidas. E assim aconteceu. Visconde de Barbacena prendeu todos os envolvidos no plano, inclusive Tiradentes.

A condenação, morte e consagração como herói de Tiradentes

Com a prisão dos inconfidentes, o medo e a insegurança prevaleceu entre os envolvidos. Historiadores relatam que a maioria dos inconfidentes não confessaram o plano. E que muitos deles, denunciaram o papel de Tiradentes como envolvido no movimento. Tiradentes, manteve a sua postura e assumiu durante todo o processo a sua intenção e o seu envolvimento no plano de assassinato do Governador da Capitania de Minas Gerais.

Com isso, sua pena e punições foram mais duras. No ano de 1792, foi divulgada a sentença dos inconfidentes com pena de morte e enforcamento de dez pessoas. Nove dos envolvidos no plano foram perdoados com a exceção de Tiradentes.

No dia 2 de abril de 1792 no Rio de Janeiro, Tiradentes foi enforcado, decapitado e esquartejado. “Para que os súditos da Coroa nunca se esquecessem da lição, a cabeça de Tiradentes foi encravada num estaca e exposta em praça pública em Vila Rica, e seus membros, espalhados pela estrada que levava ao Rio de Janeiro”, relatou o historiador Lucas Figueiredo em seu livro.

Em tempos republicanos, a figura de Tiradentes, republicano nato, foi exaltada e construída como herói, especialmente com a Proclamação da República. Uma figura considerada radical para alguns, coerente com seus argumentos e com sua forma de pensar para outros e para uma nação, um herói como representante da liberdade.

Por Simone Rezende

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