No dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX declarou dogma de fé a Imaculada Conceição de Maria.
“Vivi este acontecimento em todas as expressões com as quais a piedade popular quis solenizá-lo. Isto fez com que em meu coração crescesse muito aquele amor à Virgem que nascera em mim, quase insensivelmente, como nasceram e crescem no campo as amapolas e lírios”.
No dia 8 de dezembro de 1871, em Salamanca-Espanha, Santa Cândida iniciou sua linda missão com outras cinco jovens. Santa Cândida, mulher simples, com pouca instrução e recursos materiais, fundou a Congregação das Filhas de Jesus, dedicada à educação cristã.
Naquele dia, Pe. Herranz fez uma exortação para o início das atividades da Congregação:
“Este é um benefício tão singular que Deus lhes fez que nunca o agradecerão suficientemente. Vocês foram chamadas para o alicerce da Congregação ‘Filhas de Jesus’, que hoje mesmo com este ato começa a existir na Igreja, sob o amparo da Virgem Imaculada, cuja festa hoje celebramos.
São chamadas não ao descanso, mas ao trabalho, não às delícias do Tabor, mas aos sacrifícios do Calvário; pois, isto, e não outra coisa, significa o escapulário-hábito que receberão. O campo em que vão trabalhar, está cheio de dificuldades e espinhos; os inimigos contra os quais haverão de lutar são muitos e poderosos, não os temam, vocês vencerão, triunfarão sobre eles, se forem constantes e fiéis no sacrifício que hoje oferecem ao Senhor.
São poucas em número e menos ainda em qualidade, segundo os juízos humanos. Mas, a obra não é de vocês. É de Deus e Ele sabe que instrumentos escolhe, o triunfo não está no número nem nas qualidades naturais, mas na abnegação da vontade e no sacrifício do coração.
Permaneçam sempre nos pensamentos e desejos que hoje dominam seus corações e chegarão a ser uma congregação de união, de amor, de verdadeiro e fecundo apostolado, levando sempre pela estrela de seus caminhos, Maria Imaculada.
O nome de Filhas de Jesus com que Ela nos condecorou e a proteção da Virgem, são a garantia de suas esperanças, o consolo em seus trabalhos e a coroa de suas vitórias”.
Depois de recebido por todas o escapulário, sem outras formalidades, o Pe. Herranz indicou que me aceitassem por mãe e legítima superiora.
Daquele dia em diante, assumi o nome de Cândida Maria de Jesus, como me havia indicado a Virgem e assim todos começaram a me chamar, tanto os de casa como os de fora.
Uma nova Congregação nascera na Igreja! E, verdadeiramente, começava para mim esta vida longa, tão cheia de trabalhos e consolos, que com vocês, minhas filhas, tenho compartilhado.
Desde aquele 8 de dezembro, a Congregação Filhas de Jesus vive na Igreja, para respeitá-la, servi-la, para demonstrar que, nela e por ela, trabalhamos para a glória de Deus e o bem dos homens e mulheres, para busca-los onde estão e descobrir os mais necessitados.
Fonte: trechos retirados do livro “Aonde Deus te chame”.