Nota de falecimento – Ir. Angélica Sales de Azevedo, FI

 

Nossa querida Ir. Angélica nasceu em Pedro Leopoldo, no dia 26 de abril de 1930. Seus pais foram Maurício de Azevedo e Guiomar Sales de Azevedo. Em Pedro Leopoldo foi batizada e crismada.
Iniciou seu caminho congregacional, em Belo Horizonte, no dia 8 de dezembro de 1954 como postulante, passando ao noviciado no dia 29 de julho de 1955. Seus primeiros votos foram emitidos no dia 31 de julho de 1957, sempre em Belo Horizonte, onde também no dia 31 de julho de 1963 emitiu os seus votos perpétuos.

Seus primeiros estudos foram em Pedro Leopoldo, em 1938 veio para a capital com o fim de continuá-los. Fez o curso normal, obtendo depois, na PUC-BH, a Licenciatura em línguas neolatinas. Mais tarde, tornou-se orientadora educacional, ajudando com muita competência e jeito todo especial a que tantas jovens encontrassem seu modo de ser cristãs felizes e úteis à sociedade.
Suas atividades pastorais como Filha de Jesus iniciaram-se no colégio Imaculada de BH como professora, ao mesmo tempo que estudava na universidade. Depois continuou dedicando-se à pastoral educativa em Campinas, Rio de Janeiro, Bragança Paulista, Montes Claros e Sobradinho.

Na busca de sempre aperfeiçoar-se como educadora, fez um curso sobre o método educativo de Maria Montessori, em Perugia na Itália, método que ela mesma ajudou a implementar, com muito êxito, no Jardim Azul do Imaculada. Foi também enviada como superiora e diretora aos colégios de Bragança Paulista, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e à cidade de Sobradinho, na fronteira entre Bahia e Pernambuco.

Quando esteve em Sobradinho, cidade nascida com a construção da barragem e usina hidroelétrica do rio São Francisco, percebendo as grandes necessidades das famílias para ali transferidas ou lá nascidas, teve a intuição de iniciar uma creche para atender crianças com forte necessidade de alimentação e educação. Assim nasceu a creche comunitária “Gente Valente”, com um trabalho social pioneiro em que, implantando a alimentação alternativa, as crianças subnutridas se transformavam em crianças saudáveis e fortes. Também se dedicou à Pastoral da mulher marginalizada: sob sua orientação, criou-se a casa de Antoñita para adolescentes. Mais tarde, colaborou na construção de uma casa para atender anciãos daquela realidade.

De 1996 a 2001, foi Mestra de Junioras em Feira de Santana e Rio de Janeiro, e em julho de 2001, foi nomeada superiora provincial. A partir de 2018, por necessidade de cuidados especiais de saúde, foi enviada à Casa de Nazaré. Embora já estivesse frágil, participou até o último dia nas atividades comunitárias e espirituais com as irmãs da comunidade.

Ontem, pouco depois das sete da manhã, preparando-se para descer ao refeitório, disse ainda à enfermeira: “já estamos atrasadas” e foi quando o Pai lhe concedeu o desejo que sempre teve: o de morrer sem nem notar. Às 7:30 h foi ao encontro definitivo do AMOR sem limites, com grande serenidade e paz, através apenas de um suspiro mais intenso.

Nós que tivemos a sorte de conviver com Angélica e de tê-la como irmã amorosa e sensível aos demais, destacamos nela vários rasgos de Jesus: a fé, a alegria, a naturalidade, a acolhida e simpatia contagiantes, o espírito apostólico e o coração sempre grande e misericordioso. Tinha muita facilidade para cultivar círculos de amizades e, quando descobriu a necessidade evangélica de estar mais perto dos menos favorecidos, não hesitou em assumir com generosidade desmedida a vida mais próxima a eles. Na Obra de Sobradinho, onde trabalhou vários anos, manifestou de modo intenso -Angélica sempre foi intensa- esse seu cuidado e atenção especial para com as pessoas mais carentes e marginalizadas.

Angélica, nós hoje, embora com lágrimas, estamos felizes porque sabemos que você encontrou a plenitude que sempre buscou sendo Filha de Jesus. Agora, querida Angélica, olha por nós, suas irmãs, sua amada Congregação, sua família e tantos amigos e amigas deixadas/os por onde você passou.

Peça a Deus, nosso Pai, que nos ajude a ser fiéis ao carisma que recebemos, carisma que você amou com paixão e que, sempre que for para o bem maior, suscite novas vocações para vivenciar o carisma da Santa Cândida nas novas formas que o Espírito deseje e também como Filhas de Jesus que, como Madre Cândida, vivam isso de que “onde não há lugar para os pobres, não há lugar para nós”.

Obrigada, Angélica. Saudades!
Suas Irmãs Filhas de Jesus.

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