Educadores da Rede Filhas de Jesus incentivam e orientam os estudantes na construção do saber.
O conceito de metodologias ativas nunca esteve tão próximo da prática diária como nos dias atuais. A ideia é estimular uma maior responsabilidade do estudante na construção do próprio saber.
De acordo com essa prática de ensino, o estudante se envolve no processo de aprendizado de maneira ativa, interagindo com o educador e produzindo conhecimento. Essa forma de aprender e de ensinar ganhou ainda mais relevância com as dinâmicas das atividades e aulas remotas oferecidas durante a quarentena. O professor passa a ser um companheiro e guia do estudante na jornada pelo conhecimento.
“As metodologias ativas são aquelas que dão ênfase ao papel do estudante. O estudante é o protagonista de todo o processo e cabe ao professor o papel de orientador. Metodologias ativas são, portanto, estratégias de ensino com foco na participação efetiva do estudante e, nos tempos atuais, que se concretiza através de um modelo conectado e digital, acontecem por meio de modelos híbridos”, explicou a coordenadora pedagógica da Rede Filhas de Jesus, Cássia Lara Neves de Araújo.
Seja em aulas presenciais ou em atividades remotas, a aprendizagem ativa influencia o ensino e a recepção das informações. O educador proporciona ao estudante uma imersão em experiências práticas e cognitivas, fazendo-o conhecer sua própria forma de pensar, gerando resultados positivos no aprendizado, empoderamento e segurança pessoal.
Para a coordenadora pedagógica, a Rede Filhas de Jesus já desenvolve, há algum tempo, seu trabalho pedagógico pautado em metodologias ativas e, desde o ano de 2016, já vinha oferecendo aos educadores e aos estudantes, ferramentas e recursos tecnológicos para o ensino híbrido.
“Se havia alguma resistência mais pontual, a mudança precisou acontecer, pois como nos disse o Cardeal Tolentino, recentemente, o futuro ‘chegou de repente, de sopetão’. Hoje, essa é a realidade e acredito também que, dentro de um possível retorno presencial, o ensino remoto, os modelos híbridos, vieram para ficar. Desde o início da implantação da parceria Google For Education, as unidades da Rede foram equipadas tecnologicamente, e as formações para as equipes continuam sendo um diferencial”, explicou Cássia.
Para Mariana dos Santos Gomes, professora do 3º ano do Ensino Fundamental no Colégio Imaculada Conceição, em Belo Horizonte, as atividades remotas foram um impulso a mais para as metodologias ativas.
“É inegável que o conceito de Metodologia Ativa tenha ganhado força a cada ano, principalmente com o avanço das tecnologias, já que elas favorecem esse tipo de prática. Com a quarentena, professores do mundo inteiro se viram em um contexto de readequação de seus métodos de ensino. Temos o desafio constante de tornar as aulas cada vez mais interessantes, já que compreendemos que o centro da aprendizagem não é o professor, e sim o aluno. Não há aprendizagem sem motivação e interação.”
A professora acredita na força da aplicação prática e da experiência na geração do conhecimento. ” Costumo dizer que nada do que ensino tem sentido se não puder ser aplicado ao cotidiano dos meus alunos. E o conteúdo só passa a ter sentido se for experimentado. Para o ensino remoto, foi necessário diversificar as estratégias para “merecer” o botão da câmera e do microfone ligados. Afinal, em casa o aluno tem uma infinidade de distratores. A própria internet pode fazer com que ele navegue pelo mundo todo, enquanto o professor fica “à deriva” em sua aula cem por cento expositiva”.
O educador e o estudante lado a lado na jornada
O papel do estudante na construção do próprio saber ganha ainda mais relevância quando falamos de metodologias ativas no ambiente digital. Professores e alunos caminham lado a lado na construção do saber.
“Os educadores têm o papel de facilitadores. São eles que fazem a medição no processo, oferecendo aos estudantes os desafios possíveis para que possam se desenvolver de forma mais autônoma. A partir da psicologia cognitiva e dos estudos da neurociência, o mindset, ou seja, a forma de organizar o pensamento é única, cada um precisa encontrar sua melhor estratégia de desenvolvimento e o educador deve estar orientando, motivando e desafiando nesse processo. O estudante tem o papel de protagonista, sendo mais atuante. Dessa forma, a aprendizagem é mais significativa, mais personalizada e pode estar associada ao projeto de vida do estudante, pois cada vez mais ele se compreende, tem maior percepção de suas potencialidades, dos seus talentos, das habilidades em todas as dimensões e consequentemente vai fortalecendo seu projeto futuro”, explicou Cássia Lara.
As atividades remotas favorecem a interação entre professores, estudantes e colegas de classe através de fóruns de discussão, chats e tarefas em grupo. Atividades colaborativas e interativas como vídeos, jogos e projetos que buscam a interação digital também contribuem para uma educação dinâmica.
Para Mariana dos Santos Gomes, a participação do estudante é sempre fundamental na aprendizagem. “O papel do estudante é fundamental em qualquer tipo de educação, seja ela remota ou presencial. A diferença é que, no universo on-line, ele precisa desenvolver uma maior autonomia e um senso de responsabilidade que serão as peças-chave para promover um melhor desempenho durante as atividades propostas. O tempo precisa ser mais otimizado, já que a carga horária das aulas remotas é diferente.”
Alguns tipos de metodologias ativas de aprendizagem
Existem diferentes abordagens que podem ser utilizadas nessa prática de ensino, dentre elas, a aprendizagem baseada em problemas, em projetos, por pares e sala de aula invertida. Esses são apenas alguns exemplos.
1. Aprendizagem baseada em projetos
Essa abordagem faz com que os alunos construam seus saberes de forma colaborativa, por meio da solução de desafios. A prática pode incluir a produção de vídeos, apresentações, maquetes, uma infinidade de materiais. A ideia é estimular a investigação e apresentar uma conclusão.
2. Aprendizagem baseada em problemas
Essa prática é baseada na resolução de casos. O educador apresenta um problema e o estudante busca a solução através de debates e interações com os demais.
3. Gamificação
Nessa prática o educador pode utilizar jogos e desafios em situações de sala de aula, gerando engajamento, motivação, aprendizagem e interação de uma forma criativa.
4. Sala de aula invertida
Tem como base o ensino híbrido, no qual o aluno soma o conhecido adquirido com a experiência digital da pesquisa e da investigação, com o aprendizado em sala de aula, potencializando o resultado. Seu diferencial reside no uso da tecnologia, da pesquisa e do debate.
5. Aprendizagem entre pares ou times
Promove o trabalho e debates em duplas ou grupos, o pensamento crítico e a capacidade de respeitar opiniões divergentes.
Por: Renata Dantas
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