SEMANA LAUDATO SI´ – PLANETA TERRA: CUIDANDO DA NOSSA CASA COMUM

A Igreja celebra, entre os dias 16 e 24 de maio de 2020, a Semana Laudato Si, em comemoração aos 5 anos da publicação da Encíclica de mesmo nome, que trata sobre ecologia integral e meio ambiente.

 

 

“Que tipo de mundo queremos transmitir às gerações vindouras, às crianças que estão nascendo?” (Laudato Si,160)

Essa é a pergunta chave a qual o Papa Francisco nos submete ao publicar a Carta Encíclica Laudato Si, em 2015, e ao separar essa semana, 16 a 24 de maio de 2020, para a reflexão dessa mesma Encíclica, cinco anos após a sua publicação. O que estamos fazendo da Terra, nossa casa comum?

Deus em Sua misericórdia e amor nos proporcionou uma casa, o nosso planeta, com infinitas riquezas e belezas, e deu-nos a ordem expressa para dela usufruirmos e cuidarmos. Mas o homem entendeu a ordem de “dominar a terra” de maneira equivocada. E ao invés de utilizar suas riquezas com inteligência e precaução, vem degradando e destruindo o bem comum, pertencente a todos os povos e seres vivos, sem distinção.

“Os cristãos, algumas vezes, têm interpretado de forma incorreta as Escrituras, hoje devemos decididamente rejeitar que, do fato de ser criados à imagem de Deus e do mandato de dominar a terra, se deduza um domínio absoluto sobre as outras criaturas. Ao ser humano cabe a responsabilidade de “cultivar e guardar” o jardim do mundo (cfr Gen 2,15). ” (Laudato Si,67)

A Encíclica nos remete à reflexão sobre nossas atitudes e ações frente à responsabilidade como cuidadores e guardadores da Terra, do meio ambiente e uns dos outros, e nos chama a sair da espiral de autodestruição na qual estamos nos afundando.

Já na sua apresentação, a Encíclica utiliza o nome da invocação de S. Francisco de Assis, “Laudato si, mi Signore”, que apresenta a terra, a nossa casa comum, como “uma irmã com a qual partilhamos a existência, mas também uma mãe bonita que nos acolhe nos seus braços” (1).

Na introdução, o Santo Papa nos relembra que nós mesmos “somos terra (Gen 2,7). O nosso próprio corpo é formado pelos elementos do planeta, o seu ar é o que nos permite respirar e a sua água vivifica-nos e nos restaura” (2).

Mas a Terra se apresenta cada dia mais maltratada e explorada pelas ações e atitudes humanas, que ao visarem os benefícios e lucros pontuais, esquecem-se do futuro e da própria sobrevivência das espécies. De acordo com o documento, a Terra lança seus gemidos, junto com todos os excluídos e abandonados, e aqui se unem povos, raças e todo o tipo de ser vivente.

Ecologia Integral

A proposta da Encíclica é a manutenção de uma ecologia integral, que compreenda as dimensões humanas e sociais, diretamente ligadas à questão ambiental. O texto apresenta uma relação direta entre a pobreza de alguns povos e a fragilidade do planeta. Tudo no mundo está intimamente interligado. Somos chamados a rever o “valor real de cada criatura; o sentido humano da ecologia; a necessidade de debates sinceros e honestos; a grave responsabilidade da política internacional e local; a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida” (16).

De acordo com o documento, “não podemos considerar a natureza como algo separado de nós ou como uma mera moldura da nossa vida”, pois “não há duas crises separadas, uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise socioambiental” (139).

 

 

O que está acontecendo à nossa casa?

Mudanças climáticas: As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, econômicas e políticas. Atualmente, é um dos principais desafios para a humanidade. De acordo com a Encíclica, o impacto mais pesado da sua alteração recai sobre os mais pobres. O Papa chama nossa atenção para a falta de reação a essa desigualdade. “A falta de reações perante estes dramas dos nossos irmãos e irmãs é um sinal da perda daquele sentido de responsabilidade em relação aos nossos semelhantes que constitui o fundamento de cada sociedade civil”. (25)

A água: “O acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e por isso é condição para o exercício dos outros direitos humanos”. Privar os pobres do acesso à água significa negar-lhes “o direito à vida radicado na sua inalienável dignidade” (30).

A biodiversidade: “Cada ano desaparecem milhares de espécies vegetais e animais que não poderemos mais conhecer, que os nossos filhos não poderão ver, perdidas para sempre”(33). A intervenção humana, que visa apenas o lucro financeiro e o consumismo, “faz com que a terra na qual vivemos se torne menos rica e bela, cada vez mais limitada e fosca” (34).

A dívida ecológica: Existe “uma verdadeira dívida ecológica” entre os mais ricos para com os mais pobres. É preciso “sentir novamente que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e para com o mundo, que vale a pena ser bons e honestos” (229).

Cultura do consumo e do desperdício: A necessidade de buscar meios para mudanças no estilo de vida, na produção e no consumo é urgente. Faz-se necessário “criar um sistema normativo que assegure a proteção dos ecossistemas” (53).

Podemos fazer pequenos gestos concretos para cuidar de nossa casa comum. Vamos lá?

“Nem tudo está perdido, pois que os seres humanos, capazes de degradação até ao extremo, são também capazes de superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se” (205).

Pequenos gestos cotidianos podem fazer uma grande diferença nesse processo. Atos simples como a redução do consumo de água, a coleta de lixo seletiva e o apagar as luzes inúteis.

O Papa Francisco nos chama a uma mudança de atitude e de vida, a todos e a cada um de forma particular, indivíduo, famílias, coletividades e nações. Francisco nos convida a uma “conversão ecológica”, e a Rede Filhas de Jesus faz essa reflexão e esse apelo, nessa semana especial.

Você aceita esse convite?

Faça o download da cartilha Planeta Terra: Cuidando da Nossa Casa Comum  e vamos juntos nessa batalha em proteção à vida e ao meio ambiente.

Por Renata Dantas

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